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Indústria petroquímica e países produtores de plástico frustram progresso das negociações do Tratado

Diante da influência destes atores, a terceira rodada de conversações, realizada no Quênia, não teve os resultados esperados, informou a Environmental Investigation Agency (EIA)


produtores de plástico frustram negociações

Delegações governamentais se reuniram na semana passada em Nairobi, no Quênia, para discutir detalhes do primeiro Tratado Global sobre Plásticos. Mas os progressos esperados para esta que foi a terceira rodada de conversações do Comitê de Negociação Intergovernamental (INC, na sigla em inglês) foram abalados pela influência da indústria petroquímica e dos países produtores de plástico, conforme destacado pela Environmental Investigation Agency (EIA).


“Este revés põe em risco avanços significativos no processo do tratado, deixando muitos questionando o compromisso de enfrentar um dos desafios ambientais mais prementes do nosso tempo”, observou Jacob Kean-Hammerson, ativista oceânico da entidade que fez parte da equipe do INC-3. “A influência petroquímica pesou fortemente nas negociações, com um grupo de países produtores de plástico com ideias semelhantes a frustrar os esforços para um acordo mais robusto.”


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No total, 143 lobistas da indústria química e de combustíveis fósseis estiveram inscritos nas negociações. E, segundo a EIA, os chamados países de “alta ambição” não conseguiram demonstrar o seu compromisso com um acordo forte.


Para Kean-Hammerson, esta foi uma oportunidade perdida para iniciar um programa de “trabalho intersecional” entre a reunião em Nairobi e a próxima rodada, o INC-4, que será realizada em 21 abril de 2024, no Canadá – o tratado deverá estar pronto no final do próximo ano.


Posições divergentes

No encontro, segundo a Reuters, a indústria de plásticos e os exportadores de petróleo e petroquímicos, incluindo a Rússia e a Arábia Saudita, afirmaram que um acordo global deveria promover a reciclagem e a reutilização de plástico, mas ativistas ambientais e alguns governos, incluindo o do Canadá, do Quênia e os da União Europeia, dizem que, em primeiro lugar, é necessário produzir menos.


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“A dura verdade é que o INC3 não conseguiu cumprir o seu objetivo principal: entregar um mandato para preparar um primeiro rascunho de um texto do tratado”, pontuou Graham Forbes, chefe da delegação do Greenpeace. “Isto não é progresso. Isto é caos”, disse ele referindo-se ao número de submissões.


Tadesse Amera, copresidente da Rede Internacional de Eliminação de Poluentes (IPEN), acrescentou que os principais produtores e exportadores de combustíveis fósseis paralisaram os esforços para avançar de forma eficiente.

A EIA complementou que a reunião em Nairobi sublinhou os desafios e as complexidades na navegação nas dinâmicas geopolíticas que ameaçam o tratado global para enfrentar eficazmente a crescente crise ambiental.


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“Os interesses conflituantes e a falta de ambição dos países-chave são evidentes para todos verem. A comunidade internacional deve unir-se, agora mais do que nunca, para enfrentar frontalmente estes obstáculos”, salientou Kean-Hammerson. “Devemos ver um compromisso renovado para a criação de um tratado abrangente e eficaz que proteja o nosso planeta dos impactos devastadores da poluição plástica.”



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