Proprietários do interior de São Paulo apostam na criação de agroflorestas

Via Jornal Nacional

Proprietários rurais do interior de São Paulo estão apostando na criação de agroflorestas. Um negócio que gera lucro e ainda ajuda a diminuir o impacto do aquecimento global.

Entre pasto e floresta, a terra foi preparada com a ajuda de maquinário, mas o plantio é feito manualmente. Essa não é só uma simples plantação, é um projeto com começo, meio e sem fim.

Em vez de apenas reflorestar a fazenda, antes destinada para pecuária, em São Luiz do Paraitinga, interior de São Paulo, o proprietário está criando uma agrofloresta.

“O que me chamou a atenção, o que me atraiu era a oportunidade de poder fazer um projeto de recuperação ambiental atrelado a uma produção de alimentos e uma economia sustentável", conta Leandro Mantesso, proprietário da fazenda.

As mudas de café, de mamão, de gengibre do local vão levar 2, 3 anos para começar a dar lucro. Até lá, o proprietário pode se beneficiar do mercado de carbono. Basicamente funciona assim: as mudas, assim que plantadas, começam a capturar carbono da atmosfera. Isso pode render por ano cerca de R$ 2 mil por hectare. E quando começar para valer a colheita na agrofloresta, essa renda pode chegar a R$ 40 mil por hectare.

“Existem empresas que estão emitindo carbono para a atmosfera e esse CO2 pode ser mensurado e eles querem compensar, ou voluntariamente ou pelo mercado regulado de carbono que está surgindo no Brasil. E aqui na agrofloresta a gente consegue mensurar quanto de carbono a gente está capturando para ajudar a fazer essa compensação. E a gente ganha por isso", disse Philip Kauders, co-fundador da Courageous Land.

O gestor do projeto é americano, vem do mercado financeiro e vive há 11 anos no Brasil. Se apaixonou pelo país e principalmente pela possibilidade de restaurar grandes áreas, mas sabe que é preciso começar pelos pequenos produtores rurais.

Reflorestamento, produção de alimentos, geração de renda e emprego. Foi essa combinação, que pode salvar o planeta, que fez o Elton deixar a cidade e voltar a morar no campo.

Proprietários rurais do interior de São Paulo apostam na criação de agroflorestas